Sociolinguística
A partir dos estudos de Ferdinand de Saussure na França e da publicação, três anos após sua morte, da obra escrita pelos seus ex-alunos: Charles Bally e Albert Sechehaye, Cours de Linguistique Générale (Curso de Lingüística Geral), em 1916 a Linguistica consolidou-se como ciência.
O estudo Lingüístico saussuriano define a língua (langue), que é vista sob um ângulo social, como objeto central de seu estudo.
Saussure privilegia a língua como seu objeto de estudo, pois a considerava como um “sistema subjacente à atividade da fala, o sistema invariante que pode ser abstraído das múltiplas variações observáveis da fala” (ALKMIM, 2001, p. 28).
O nascimento da Sociolingüística inicia-se a partir da constatação da importância da fala, e a preocupação com a observação do fenômeno lingüístico, de como a lingua funciona num contexto de fala.
Tais estudos consolidam-se a partir de 1964 com a realização de um congresso na Universidade da Califórnia, no estado de Los Angeles, Estados Unidos. Esse congresso foi organizado por William Bright, e contou com a participação de importantes figuras nos estudos da Sociolingüística mundial: William Labov, Dell Hymes e John Gumperz (SOUSA, 2005, p.153). Desse congresso resultou a coletânea Sociolinguistic (Sociolingüística). Nesta obra os linguistas procuram estudar a diversidade linguística na estrutura social. Eles privilegiam a fala que é estudada através de “orientações contextuais”, ou seja, os lexemas estão inseridos em um contexto a partir do qual se conhece o sentido dos termos e sua aplicação no dia-a dia daquela sociedade. (ALKMIM, 2001, p.24).
A sociolinguística preocupa-se em estudar a língua em uso na comunidade falante . Esse estudo considera a língua como algo social, pertencente a todos os indivíduos de uma comunidade. A Sociolingüística concebe a língua como uma estrutura viva, que se diversifica, possuindo um caráter heterogêneo.
Seu objeto de estudo é a língua falada, em um contexto social, em uma situação real de uso.
Sandra Santos
24 agosto 2011